segunda-feira, 3 de agosto de 2009

LIVRO FORA DA CAVERNA

(UMA APOLOGIA AO MITO DA CAVERNA DE PLATÃO)



A idéia inicial de escrever este texto surgiu das inúmeras vezes nas quais fui interpelado sobre questões relacionadas à minha formação por pessoas do meu convívio, mas leigas na área. O texto a seguir é a tentativa de expor da forma mais acessível possível questões para as quais se poderiam preencher enciclopédias. Peço desculpas assim aos meus colegas se em alguns pontos posso parecer muito sucinto, mas é a forma com a qual espero ser melhor compreendido pelos amigos de outras áreas, despertando neles a amizade pelo conhecimento. Assim, pela solicitação de alguns amigos, atrevo-me a desenvolver um texto que contenha as correlações que o Mito da Caverna pode proporcionar com a realidade. Desta apologia, surge o intuito de instigar a reflexão da metáfora Fora da Caverna.
Neste excelente exercício, percorreremos um caminho em que teremos como objetivo: repensar os conceitos básicos da relação entre os mais favorecidos e os que pouco possuem. Sobre como a realidade é mascarada e manipulada pelo sistema dominador.
Sempre me fascinaram as idéias platônicas. Entre elas, O Mito da Caverna despertou grande interesse e proporcionou muitos questionamentos em relação ao sistema em que vivemos. Em homenagem aos amantes de uma boa conversa filosófica decido escrever sobre esse assunto. Para esse fim, utilizo bons autores, e, sem a preocupação acadêmica solto, o pensamento livremente. Com poucas referências, apenas com o cuidado de ressaltar algumas idéias importantes de textos utilizados. Deixo algumas reflexões sobre o comportamento dos homens, seus conflitos em relação ao próximo, seus valores e algumas mudanças de comportamento que seriam produtivas a sociedade.
A finalidade ao abordar o Mito da Caverna é estabelecer uma relação com o comportamento humano, como este se mantém inserido na influência que a sociedade sofre e construir uma concepção sobre como agimos, o que podemos fazer para alterar essa alienação e como conduzir o pensar livremente sem a influência externa. Como e de que forma utilizar as ferramentas do pensamento puro para formular uma análise crítica das nossas possibilidades de mudança frente ao que enfrentamos. Para esse fim, serão analisadas as idéias básicas do Mito da Caverna, sua exposição feita por Platão no livro VII da República, onde faz uma relação com a morte de Sócrates, bem como com nossa maneira de viver atualmente. Também serão trabalhadas as influências que os veículos de comunicação representam na formação intelectual e cultural do ser humano, a influência e o direcionamento que impõem à sociedade.
Nessa reflexão, será abordada uma relação a nossa inclusão ou não no paradigma do Mito da Caverna, a possibilidade de sairmos das cavernas existentes e buscar fora destas uma compreensão mais apurada da realidade. Não é nossa intenção delimitar problemas, abordar a influência sócio-econômica e sócio-cultural. Não queremos realizar inferência sobre a sociedade como um todo, mas o que analisamos sobre as perspectivas e possibilidades do pensamento humano, e como este pode se libertar do condicionamento que sofre. Com estes elementos trabalhados, buscar uma compreensão clara e realista da situação de dominação que sofrem os indivíduos.
O tema proposto realça a importância do cumprimento ético que deve ser utilizado pelos veículos de comunicação para construir uma vivência verdadeira e realista em todos os aspectos desta relação. Com este posicionamento, o Mito da Caverna propõe uma relação com a programação utilizada pela mídia eletrônica que induz o pensar, o agir dos indivíduos, determina seus comportamentos, e utilizando-se da persuasão manipula e direciona as atitudes humanas. Desta forma, a mídia retrata as sombras obscuras da caverna que vivemos, podendo assim nivelar o pensar e o agir social.
Nosso objetivo é identificar e mostrar que é possível observar outras formas de enxergar a realidade. Avaliar os paradigmas que nos são apresentados, identificar como somos induzidos pela mídia em nosso dia a dia, o poder que os veículos de comunicação têm sobre as pessoas e como o senso-comum é construído.
Com o Mito da Caverna podemos formular hipóteses e construir um questionamento racional lógico sobre como enxergamos a realidade. Observar os fatos, como eles realmente são em sua essência, sua importância para nossas vidas e como utilizá-los de maneira adequada para nosso crescimento intelectual e social.
Direciono estas palavras principalmente aos amigos pelos momentos de reflexão e aos jovens iniciantes da filosofia. Agradeço em especial a minha esposa Luciana a alegria das conversas que tivemos sobre os conflitos enfrentados pelo ser humano.
Dedico estas palavras a minha filha Jéssica, ao meu filho Lucas, a minha neta Carolina e a minha família. Que estas palavras sirvam como instrumento de reflexão em suas vidas.
A decisão de reproduzir este artigo em cópias virtuais em CD foi a maneira mais simples e popular que encontrei para distribuir aos amigos este texto. Nos anexos, serão encontrados alguns artigos importantes na compreensão do assunto. Também alguns livros básicos da filosofia que servirão para aprofundar o leitor no contexto filosófico, algumas mensagens e algumas fotos pessoais.

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